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10/01/2018

Inflação termina 2017 em 2,95%, abaixo da meta pela primeira vez

A inflação encerrou o ano de 2017 em 2,95%, divulgou o IBGE na quarta-feira (10.01). O valor, que corresponde ao índice acumulado no ano, ficou abaixo do piso da meta do Banco Central, de 4,5% com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. O descumprimento da meta em 2017 já era esperado pelo mercado.

O resultado acumulado do ano foi o mais baixo desde 1998. Foi também a primeira vez desde 1999 que a inflação no ano ficou abaixo do piso da meta do governo, de 3%. Segundo o IBGE, foi o setor de alimentos e bebidas, que compõem cerca de 25% das despesas das famílias, o que mais contribuiu para que o IPCA ficasse abaixo da meta. Os alimentos recuaram 4,85% em 2017, com destaque para as frutas (-16,52%), que tiveram o maior impacto negativo (-0,19 p.p.) no índice geral.

JUROS - Com a fraqueza da inflação e as sinalizações do BC de que deve continuar reduzindo a taxa básica de juros no início deste ano, a expectativa é de que a Selic termine 2018 a 6,75%, após fechar o ano passado na mínima histórica de 7%. Já o grupo de economistas que mais acerta as previsões, o Top-5, continua vendo a taxa básica de juros a 6,5% no final deste ano. 

VAREJO - As vendas do comércio varejista fecharam novembro com alta de 0,7% em relação a outubro, divulgou o IBGE na terça-feira (9).A alta do penúltimo mês de 2017 compensou a queda, também de 0,7%, ocorrida no mês imediatamente anterior. Contribuíram para o indicador vendas melhores de artigos de uso pessoal e doméstico (8%) e móveis e eletrodomésticos (6,1%). As melhores vendas tiveram impacto das festas de final de ano, além da redução da inflação e da taxa de juros. A Black Friday também teve impacto positivo sobre as vendas. Na comparação de novembro de 2017 com igual período de 2016, as vendas do comércio tiveram alta de 5,9%, impulsionadas, principalmente, pela melhora, ainda que lenta, da economia brasileira, pela queda dos juros e da inflação e pela redução das taxas de desemprego. Nessa comparação, foi o melhor novembro desde 2013.

CRESCIMENTO DO PIB - Economistas de instituições financeiras voltaram a ver expansão de 1% da economia brasileira em 2017, uma alta ante a previsão de 0,98 por cento no levantamento anterior. Também melhoraram a expectativa para 2018, mostrou a pesquisa Focus do Banco Central divulgada em 2 de janeiro. Para 2018, a melhora foi de 0,02 ponto percentual, a 2,70%.

SUPERMERCADOS - A queda de preços observada nos supermercados em 2017, a maior desde que entrou em vigor o Plano Real, não deverá se repetir neste ano, segundo a Apas (associação setorial paulista). A projeção é que, após uma retração de 2,3% no ano passado, a inflação do setor seja similar à do IPCA e gire entre 3% e 4%, diz Thiago Berka, economista da entidade. A safra recorde de grãos e o elevado grau de desemprego foram os maiores responsáveis pela deflação do último ano, de acordo com a Apas. Nem os últimos meses do ano, que tradicionalmente são de alta nos preços, tiveram uma oscilação muito significativa - em dezembro, eles cresceram 0,27%, abaixo do esperado. Contudo, a tendência em 2018 é que carnes e cereais sejam responsáveis pelos maiores aumentos na inflação, segundo o economista.

Fonte: Assessoria ABAD