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2019
11/01/2019

Especialistas apontam quais serão as apostas do varejo

A crise econômica dos últimos anos gerou uma retração no consumo, obrigando o brasileiro a fazer novas escolhas na hora de comprar, segundo especialistas. Com a estabilidade que promete chegar em 2019, a população deve voltar a comprar, mas poderá ocorrer uma mudança de escolha do canal de vendas, ou integração entre eles.

Para Alan Kuhar, professor de marketing e varejo da ESPM, o Brasil termina um ciclo de retração econômica em 2019 e o otimismo do consumidor já pode ser notado com o aumento das vendas de bens duráveis, como automóveis (alta de 15% em 2018, na comparação com 2017). “Esse é o maior sinal de recuperação econômica quando a população planeja uma compra de um produto que custa em torno de R$ 60 mil. Ninguém assume uma dívida dessa se não tem um emprego e uma renda garantidos. ”

Gustavo Gobbato, professor e coordenador da pós-graduação em gestão de marketing & inteligência de mercado da FAAP de São José dos Campos, o consumidor quer ter novas experiências e busca, cada vez mais, integração com o mundo virtual e real.

Antonio Sá, professor da pós-graduação da FAAP (Faculdade Armando Alvares Penteado) e especialista em varejo, acredita que os canais de venda merecem atenção especial do varejo, para as empresas não perderem oportunidade de venda.

Acompanhe as apostas dos especialistas:

Consumidor quer experiências

Segundo Gobbato, o consumidor quer sentir o produto, ter experiências. Por isso, o varejo deve apostar em pontos de vendas que transmitem essa experiência. “Ele precisa ter acesso a algo que não seja apenas o produto, mas que consiga oferecer uma experiência ao cliente”, comenta.

E-commerce

Com o aumento da procura pelo comércio eletrônico, ter uma plataforma para vendas on-line também é fundamental, de acordo com Gobbato.

Shoppings, redes de varejo estarão cada vez mais ligadas a essa experiência, comenta Gobbato. “As lojas vão oferecer, principalmente, entretenimento. Alguma coisa que o cliente possa se distrair na loja.”

Ele cita como exemplo um case da C&A. “Nas lojas é possível tirar foto, colocar no Instagram e nas redes sociais.Em outras ações, algumas redes colocaram cabines de vidro com bolinhas caindo, imitando neve, para as pessoas tirarem foto e brincar com a situação. “

Integração do mundo virtual com real

Outra tendência que deve ser seguida pelo varejo é a intensificação de ações que envolvam as plataformas digital e as lojas físicas.  “A Coca-cola, por exemplo, fez uma ação no Natal na qual o consumidor comprava um produto, baixava um app e, ao colocar o celular na frente do produto, podia ver uma história que acontece em torno da lata com realidade aumentada”, diz Gobbato.

Crianças terão poder de decisão

Para Gobbato, as crianças terão poder decisivo na escolha dos produtos. “Não se pode fazer propaganda para as crianças, mas é preciso pensar que os produtos devem contempla-las. Já existem vários produtos que trabalham assim. Hoje, por exemplo, já é possível fazer um gibi da Turma da Mônica personalizado para cada criança. Ela pode fazer parte da história. Cada segmento tem de entender melhor o que tem na loja e inserir a criança. Onde o pai e a mãe deixar a criança para fazer compra? Tem espaço com monitor para a criança ficar para os pais comprarem tranquilamente?

Saudabilidade chegou à indústria

Kuhar afirma que o consumo de produtos saudáveis veio para ficar. “Para se ter uma ideia da extensão desse movimento, de 14 projetos de pesquisas que foram feitos este ano na ESPM, 10 deles referiam-se à origem dos meios, o quão responsável a empresa é social e ambientalmente. “Isso não é novidade, mas a preocupação está na agenda das pessoas. A população hoje quer saber se a empresa tem responsabilidade socioambiental, financeira e como funciona a sua cadeia produtiva.

Canal de compras continua o mesmo?

O consumidor tem migrado para fazer compras pela internet ou atacarejo, de acordo com Sá. A sua empresa tem boa representatividade nesses canais? “É muito importante identificar o canal de compra, se está mais próximo da casa do consumidor, por exemplo, se ele compra volumes maiores ou menores, quais são sus hábitos… só assim será possível se conectar com o cliente.”

Fonte: Portal Newtrade